Graças a um convite para participar de um seminário promovido pelo Conselho Regional de Psicologia em Caxias do Sul, realizado na sexta-feira, eu pude estar no domingo em Porto Alegre, e acompanhar pela primeira vez a Marcha da Maconha. A atividade foi muito bonita, colorida, divertida, sem nenhum incidente. Os manifestantes ocuparam a parça (posto que "a praça é do povo", como diz o poeta), deram o seu recado, e provocaram reflexão. Conquistaram adesões e adversários, tudo conforme os ditames mais óbvios de qualquer regime democrático.

Há outro poeta, entretanto. Bertold Brecht pergunta: "Que tempos são estes, quando falar sobre árvores é quase um crime, pois implica silenciar sobre tantas barbaridades?". Seria realmente muito bom falar sobre a alegria cidadã das marchas em Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre e outras tantas, não fosse necessário denunciar veementemente a violência jurídica e policial ocorrida na Marcha da Maconha em São Paulo. Jurídica, pois coube a um dito "Operador do Direito" o ato de jogar na lata do lixo a mesma Constituição Federal que deveria defender, a mesma liberdade de expressão que deveria ser o principal bem tutelado em uma democracia que realmente merecesse este nome.

Quanto à violência polícial, esta não precisa ser descrita em palavras, já que pode ser vista no YouTube, e até mesmo veiculados pelas mais importantes redes de televisão do país. Vítimas desta violência, como que num retorno aos tempos da Ditadura Militar, manifestantes e jornalistas foram alvo de cacetetes, balas de borracha, spray de pimenta e gás lacrimogênio. Infelizmente, ainda não sei colocar imagens do YouTube aqui no Blog, mas deixo o link para quem quiser, neste link.

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