No último dia oito de março, eu e Flávia fomos ao lançamento do livro "O fim da guerra: a maconha e a criação de um novo sistema para lidar com as drogas", do jornalista Denis Russo Burgierman. O evento foi na Livraria Travessa, no Shopping Leblon, Rio de Janeiro, e contou com a presença de Pedro Abramovay, que dentre outras coisas, organiza o site Banco de Injustiças, que denuncia casos de violação de direitos associadas à lei de drogas. Rolou um bate papo bastante informal, onde os dois dialogaram a partir de suas diferentes experiências, trazendo diversas críticas ao atual modelo de política de drogas.
O livro está realmente muito bom. Denis (que já trabalhou na revista Superinteressante) visitou conheceu de perto cinco diferentes experiências de organização de sistemas para lidar com as drogas. São quatro países (Portugal, Espanha, Marrocos, Holanda), mas a experiência californiana. Cinco diferentes alternativas ao atual modelo belicista, que apesar de hegemônico, vem dando claras demonstrações de esgotamento.
"No mundo inteiro, leis antidrogas prendem praticamente apenas membros de minorias étnicas. Isso acontece porque, em geral, eles moram em bairros perfiéricos, em casas menores, com paredes mais finas, em ruas mais estreitas e mais frequentadas pela polícia. Leis antidrogas são infringidas por todas as classes e por todos os grupos étnicos em proporções semelhantes, mas os ricos (e brancos) fazem negócios e consumos atrás de muros altos protegidos por cachorros bravos. Portanto, é muito mais fácil prender os negros." (p. 50)
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