2011 foi ano bastante movimento em minha vida. Concluí o mestrado, trabalhei como nunca, tanto no CAPSad Primavera, em Cabedelo, quanto nas dezenas de consultorias e minicursos que ministrei ao longo do ano. Ficou difícil manter este sitizinho atualizado.

No dia 11 de dezembro estive em Pelotas, repetindo atividade de formação com uma segunda turma do Centro Regional de Referência em Crack, Álcool e outras Drogas. De lá voei direto para o Congresso de Psicologia Social, em Recife, onde participei de duas atividades: uma com Rafael Gil e Francisco Couto, sobre as marchas da maconha, outra sobre a produção social do usuário de crack, com Pedrinho Guareschi. Além disto, também pude fazer uma apresentação de minha pesquisa sobre as campanhas de prevenção ao crack no Brasil contemporâneo (a dissertação pode ser acessada aqui no site).

No dia 19 de novembro, participei como convidado do Encontro Nacional da RENILA, em Goiânia, discutindo com os kamaradas da luta antimanicomial sobre a produção social do usuário de crack, e as implicações desta discursividade na produção de políticas públicas e outras dinâmicas sociais. Discutimos ainda as relações entre os efeitos destas discursividades, e possíveis retrocessos na âmbito da Reforma Psiquiátrica brasileira.

No dia 2 dezembro, estive na cidade de Olivedos, Paraíba, para uma oficina sobre Redução de Danos, da qual participaram principalmente os ACS's do município. Depois disto, estive em São Paulo (dia 5 de dezembro), participando de uma mesa em companhia do professor Dartiu Xavier, em um curso sobre políticas públicas para usuários de drogas, dirigido aos defensores públicos paulistas. No dia seguinte já estava em Brasília, onde fiquei por três dias com os redutores do PRD/DF. Fiz campos e discutimos bastante sobre cuidado em rede. No último dia, foi organizada uma bonita roda de conversa com trabalhadores dos CAPSad do DF.

No dia 11 de dezembro, domingo, aconteceu o show do grupo Oficina de Samba, contituído a partir das oficinas de música de que participo no CAPSad Primavera, em Cabedelo. O show foi importante para que pudéssemos perceber limitações que ainda temos, e para adquirirmos confiança para os próximos passos. No repertório, sambas de Adoniran Barbosa, Ataulfo Alves, Paulinho da Viola, Bezerra da Silva e outros mestres da cultura popular.

Por fim, nos dias 13 e 14 de dezembro, estive em Vitória (ES), para participar de evento alusivo aos dez anos da Associação Capixaba de Redução de Danos. A ACARD é uma das mais sólidas ONG's de Redução de Danos do Brasil, e tem em seu currículo um continum de trabalho com organizações muitas vezes reticentes à RD (como a polícia, por exemplo). Fui convidado a conversar com eles sobre as interfaces entre Redução de Danos e Reforma Psiquiátrica.

Alem disto, também estive em Juiz de Fora, não à trabalho, mas participando da seleção para o Doutorado em Ciências Sociais da UFJF. Fui aprovado, e serei orientado pelo Professor Paulo Fraga, sociólogo que se dedica ao estudo do tema das drogas já há anos, com foco nas dinâmicas sociais relacionadas ao plantio de ilícitos no Brasil. Em minha pesquisa, pretendo dar prosseguimento aos meus estudos sobre a construção social do medo relacionado às drogas, e seus efeitos na vida vivida.

Para o ano que vem, portanto, muitas transformações: devemos nos mudar para o Rio de Janeiro, eu e Flavinha, provavelmente em março de 2012.

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